quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

Depois da CPMF...

CPMF, votação e conseqüências


Escrito por Luiz Bicalho


A votação da CPMF no Senado Federal vem confirmar, de forma brutal, aquilo que a Esquerda Marxista vem falando: a coalizão com os partidos da burguesia não serve aos interesses dos trabalhadores, aos interesses do povo pobre do Brasil.

A votação foi precedida por diversas noticias de “pedidos” dos senadores de nomeação de apadrinhados para cargos públicos e em estatais, por liberação de verbas de emendas dos senadores. Nada disso adiantou e o governo foi derrotado. O governo conseguiu 45 votos, faltando 4 para aprovar a CPMF. E foi derrotado pelos “aliados”, o PMDB teve 4 votos “não”, o PTB 1, o PR 2. Ou seja, mais do que suficiente para aprovar a CPMF proposta por Lula.

As declarações da direita, logo após derrotar o governo, não deixam duvida sobre o que desejam: “o governo deve cortar gastos públicos para compensar”. Ou seja, é preciso fazer recair esta decisão sobre o povo pobre, sobre os trabalhadores. O Ministro José Mucio (também da burguesia) ameaça: “o governo não sabe ainda de onde vai tirar os recursos para garantir a concessão do bolsa-família e o atendimento de saúde na rede pública a mais de 100 milhões de brasileiros”.

A Esquerda Marxista já explicou em artigos publicados em seu site que a manutenção do CPMF não resolve os problemas dos trabalhadores, que a CPMF recai principalmente (via o consumo) sobre o povo pobre, sobre os trabalhadores. E que a solução para os problemas de orçamento passa, em primeiro lugar, pelo não pagamento da dívida. Além disso, o sistema tributário deveria passar por uma mudança que cobrasse impostos da burguesia (como a isenção dos que ganham menos de 10 Salários Mínimos do IRPF, criação de faixas maiores para ganhos maiores, criação de imposto sobre grandes fortunas, redução ou isenção do IPI, ICMS e outros sobre bens de consumo popular como comida, etc). Mas, todos sabemos, esta não foi a opção de Lula e ele segue com seus ministros burgueses, com seus métodos de cooptação de senadores e deputados e sofre, de vez em quando, uma derrota dessas...para os “aliados”!

Como qualquer mudança, vão querer que quem pague o pato seja os trabalhadores, como já anuncia o ministro José Mucio. Aos trabalhadores, cabe lutar para impedir que os reflexos do fim da CPMF signifiquem mais miséria, menos saúde, menos educação, menos direitos. A Esquerda Marxista estará junto com eles, explicando que é necessário combinar isso com a exigência de rompimento imediato dessa aliança que só interessa a burguesia.

Nenhum comentário: