terça-feira, 26 de agosto de 2008

Paradoxos expõem falta de opção política aos trabalhadores na campanha eleitoral 2008 em Macaé (RJ)!

*Almir da Silva Lima(almirptmacae@yahoo.com.br)

A campanha eleitoral em Macaé expõe paradoxos que não são surpresas em uma cidade dominada há 31 anos por uma oligarquia-burguesa. Baseado no apelidado governo de coalizão do presidente Lula que significa servir muito mais à burguesia que ao povo trabalhador, na Capital do Petróleo a direção petista local não se fez de rogada: Jogou-se de corpo e alma na candidatura à reeleição do alcaide macaense, atualmente peemedebista, mas que já foi tucano. Para tanto, essa traição política conta com apoio da direção nacional petista ao respaldar a candidatura à vice-prefeita de sua única vereadora no Legislativo Macaense. Tal edil é uma pequeno-burguesa infiltrada no PT em 2003. Com a candidatura à vice-prefeita ela comprova o propósito de sua infiltração.

Assim, de paradoxo em paradoxo, conforme mostraremos ao longo deste texto, os trabalhadores encontram-se sem opção política de voto. O paradoxo do PT em se aliar à burguesia é agravado por sua militância de “esquerda” ao fazer campanha eleitoral para o candidato a prefeito do PV que é um médico pequeno-burguês e privatista. Jovem e ex-integrante do atual e anterior governos da burguesa oligarquia, ele posa de “renovação, mudança, oposição”. A “esquerda” do PT também se equivoca ao fazer a campanha para um candidato a vereador que, apesar de petista, é vazio de conteúdo político. Para tanto, tal candidato a edil usa como estratégia sua juventude somada à ambição de fazer carreira parlamentar. A “esquerda” petista mostra não ter aprendido com o passado recente.

Paradoxos levados à desfaçatez populista são as campanhas dos dois candidatos a prefeito que são membros da burguesa oligarquia local. 1º o alcaide macaense concorre à reeleição utilizando o slogan “compromisso com o povo”, não se importando se nas fotos do material de campanha, ele está ao lado de sua candidata a vice-prefeita que é “suspeita de práticas discriminatórias contra pobres e negros”. Por sua vez, o tio do alcaide macaense e patriarca da burguesa oligarquia que é deputado federal tucano espalhou propaganda pela cidade, enumerando com personalismo as obras de seus três mandatos na Chefia do Executivo Macaense. Porém, o deputado tucano por ser o patriarca da burguesa oligarquia, não lembrou que o alcaide é seu sobrinho e uma de suas principais criações.

Mais dois candidatos a prefeito completam o quadro da campanha eleitoral 2008 em Macaé. Um deles é um petroleiro politicamente vazio. Folclórico, ele em cada pleito concorre a um cargo eletivo através de uma legenda de aluguel diferente. Concorrendo pela 2ª vez a prefeito sem programa para os trabalhadores, ele macula o refundado PCB. Já o candidato a prefeito pela autoproclamada Frente Macaé Socialista (PSTU-PSOL) é filiado ao PSTU. Professor, ele é sindicalista no Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação (SEPE) que é um dos aparelhos da auto-intitulada Coordenação Nacional de Lutas (Conlutas). Ao falar de seu programa de governo específico para o setor, ele soltou esta pérola “Transporte não tem que dar lucro excedente (sic)”.

Apelidada como Princesinha do Atlântico e conhecida folcloricamente antes da ditadura militar (1964-1985) como Moscouzinha ou Pequena Cuba, a atual Capital do Petróleo ainda se mostra pródiga em nicho de sectarismo esquerdista como o de uma seita autodenominada “Liga Operária” que prega o fundamentalimo contra todo e qualquer partido político; por extensão prega o voto nulo em geral. Não é este o caso deste escrevinhador. Mas, isto é pauta para um dos próximos textos.

*jornalista – suplente do diretório petista macaense é militante da corrente intra PT, Esquerda Marxista.